26/09/07

O Meu Tempo



Para além da necessidade que tenho em avaliar constatentemente o que faço com o meu tempo e como o aproveito, tenho algo que o meu marido acha graça, mas eu já pensei se não será uma obsessão com o tempo: gosto de olhar para o calendário do ano em vigor e do ano que se aproxima e olhar em pormenor para os dias.
Não o faço para contar os dias que faltam para uma determinada data, faço-o somente para olhar e ver se um mês tem 4 semanans ou mais, se é um ano bissexto ou não, em que dia da semana faço anos, em que dia da semana calham os feriados, quantos dias faltam para aniversários especiais, quais os que me esqueci ou como será daqui a dois anos... maluquice completa. Não é obsessão, é uma forma diferente e estranha de olhar e viver o tempo.

As terras também se adoptam

Uma mensagem que me deixaram no blogue levou-me a pensar nisto: as terras também se adoptam? Portugal é um país de "vá" trabalhar para fora cá dentro". Onde há trabalho está a nossa vida - já me dizia a minha mãe.
Agora, não sei é se todos os que estão perante a situação de ir viver para outra terra, têm a possibilidade de "emigrar cá dentro" para uma terra que venham a gostar tanto que a sentem como sendo sua?
Apesar das saudades da família, dos amigos, da ausência dolorosa no acompanhamento das suas vidas e no apoio deles à nossa vida... acabei por adoptar Tavira como minha terra, pois é isso que acontece quando já não nos imaginamos a viver noutro lado!


Está sempre disponível para todos nós. Mesmo depois de um dia monótono a desejar subir à àrvores para ir atrás dos pássar , a ladrar aos cães que passam, a assustar o carteiro que já nem lhe passa cavaco... mesmo assim, quando passo, dirijo-me à janela ou vou a sair lá vem ele todo contente pronto para a brincadeira.
Aliás, é só nisso que ele pensa: brincadeira. Com a nossa filhota é mais contido e acalma para ela brincar com ele, talvez por saber que ela é mais pequena e deve respeitá-la, agora quando o assunto é com os grandes cuidado com ele... vem de lá sempre uma força exagerada.
O que admiro nele é que para ele não interessa se temos muito dinheiro, se temos um carro bem velhinho, se somos gordos ou magros, altos ou baixos, de esquerda ou de direita, ateus ou religiosos... só lhe interessa os momentos que passa connosco, e mesmo depois de o castigarmos por ter comido a mangueira ou o tapete da entrada, continua a vir ter connosco à espera de um delicioso momento de brincadeira com os donos. Afinal os animais têm algo a ensinar-nos todos os dias e mostram-nos o mais importante: aceitar os que estão próximos como são socialmente e enquanto indivíduos, aproveitar os momentos com as pessoas que gostamos e respeitar e aprender a conviver com as diferenças.

Que grande lição canina!

O meu tempo



Segundos, minutos, horas, dias... o tempo vai passando e quando finalmente me deito o cérebro imediatamente insiste com uma força brutal em invandir o meu espírito com o que ficou por fazer. E o drama é o que se repete todos os dias: a quem não telefonei a saber como está e a demonstrar a falta que tem feito, apesar da distância, os compromisso de preenchimento de papéis importantes como o pedido do abono que teimei em adiar pois "ainda há tempo", a brincadeira que recusei à filhota por o corpo teimar em descansar depois de chegar do trabalho, depois dos banhos, depois de fazer o jantar, depois de tratar da roupa, da louça...muitas coisas ficam para trás e todos os dias há sempre alguma a pesar, repetidamente.
O tempo é curto, não o gerimos da melhor forma ou nós é que arranjamos excessos de coisas? Será que quando estiver num cadeirão, com 80 anos (se chegar lá), continuarei a remoer o que não fiz, umas pela má gestão do tempo e outras pelo anseio de querer fazer todas as coisas no mesmo tempo? Talvez seja mesmo melhor em cada fim de dia, pôr em dia a conversa com aqueles em que penso mais do que uma vez.
E no meio destes pensamentos que em certas noites me tiram o sono, pergunto-me: isto dos blogues valerá mesmo a pena? Será assim tão importante vir para o computador em vez de telefonar a saber de um amigo ou familiar, em vez de ficar a brincar com a filhota, mesmo que ela grite por eu não ter percebido as regras do jogo dela? Se não é, porque é que teimo em cá vir e partilhar do meu tempo com descobertas, opiniões, notícias que nem sei se alguém lê ou se significa algo para alguém? Se não é importante, porque teimo em ir "espreitar" o que os outros partilham nos seus blogues?
Bom, se continuar é porque ainda acho que vale a pena investir parte do meu tempo nestas "bloguices".

05/09/07

Pausa para um café no... Parque dos Poetas


Foi num dos nossos dias de férias que decidimos ir visitar pela primeira vez o "Parque dos Poetas" em Oeiras e... adorámos! Apesar de impedidos por uma criaturinha de 3 anos de lermos os excertos dos Poetas na Avenida principal ou visitas os recantos de cada poeta, gostámos muito.
É mesmo um local onde só falta onde beber um café, mas até isso se resolve: no parque de merendas, para os que têm espírito de campistas, podem sempre levar um termo com café.

Pergunto-me quando é que os concelhos terão assim um pequeno parque, com as árvores plantadas de forma racional permitindo que essas sombras planeadas refresquem as pessoas nas tardes quentes de Verão?

Em vez disso, este ano optámos por passar as férias ao pé da família, na zona da Grande Lisboa, aproveitando os parques e jardins que ainda nos fazem sentir bem, os tais jardins onde ficamos horas a brincar com os filhos ou horas a ler à sombra, a conversar tranquilamente ou somente a olhar e a pensar que ali só faltava um café... são locais nos quais nem damos pelas horas passar como o Parque dos Poetas em Oeiras ou o jardim da Parede entre a praia e a estação dos comboios.

Vale a pena visitar e passar lá uma tarde. Para quem vive lá perto: aproveitem!


Eduardo Prado Coelho



A Visão Online diponibiliza para quem quiser rever a "Grande Entrevista" feita à um ano a Eduardo Prado Coelho.