Civilizados, dividimos o tempo de várias formas. Desde a Era, passando pelos séculos e décadas, até ao ano, mês e dia. Não satisfeitos, porque o tempo tinha de ser mais controlado para podermos medir a passagem nesta vida, ainda dividimos mais o tempo. Assim, criámos as horas, os minutos, os segundos e os milésimos de segundos. Criámos máquinas para contar e ler o tempo, mas o tempo continua a ser diferente para cada um de nós e em circunstâncias e experiências diferentes. Continuamos a perguntar "quanto tempo dura um minuto"?
Se estamos muito ocupados e com milhares de tarefas em mãos, ficamos com a sensação de que corremos atrás dos ponteiros do relógio e, quase sem darmos por isso, o dia passou. Se nada temos para nos ocupar, os segundos arrastam-se pesados, parecendo que os puxamos com uma corda, na ilusão de que assim andam mais depressa, embora sem efeito. Para uns, um minuto pode ser maior do que um milésimo de segundo, para outros pode ser igual a uma hora. O tempo futuro, deixa de o ser e o presente que achamos que controlamos, rapidamente chega ao passado. Achamos que a hora que passou não faz assim tanto parte do passado, mas passados dez anos já achamos que passou algum tempo.
Donos de tudo, ingenuamente achamos que controlamos o tempo. Nem que seja porque temos máquinas que nos ajudam a “ler” o tempo e a situar-nos no minuto que, de contrário, não saberíamos qual era. Apesar de tudo, continuamos a achar que o tempo nos escapa.
Muitas vezes questionamos o que fizemos com o tempo que tivemos. Teimamos em ter tempo de qualidade, nem que seja pela desculpa de que a evolução tecnológica avançou de tal forma que nos permite usufruir de mais tempo. Tempo livre para nos dedicarmos ao que achamos que é mais importante: a realização de actividades e o investimento nas relações humanas. Ainda assim, o tempo passa. Mesmo assim, quando paramos um pouco no tempo, perguntamos o que fizemos ao nosso tempo e quanto tempo temos.
Nota: aconselho a leitura do capítulo “O Papalagui não tem tempo” do livro “O Papalagui: comentários de Tuiávii, chefe da tribo Tiavéa nos mares do sul”, de Tuiavii,Erich Scheurmann
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